Destreza em duas mãos. Nem direita nem esquerda
Afasta a confusão de mente satisfeita
Ao procurar sempre uma desculpa para a morte
Esquecimento é regente, só nascendo se morre
Inconstância da alma humana no olhar que exigimos
Olhares são extensões de desejos baldios
Destreza em duas mãos e tudo fica facilitado
Antes de semear ceara calcular o resultante
Não esperar que o joio seja por si só separado
Só assim a colheita junta o dobro da semente
Destreza em duas mãos, um pé depois outro antes
Dois passos em frente tomar fôlego na subida
Evitar o supérfluo enganoso das nuances
De bitolas em dois pesos e medidas.
Destreza em duas mãos ao avaliar o outro
Nem sempre o reflexo é o melhor conselheiro
É tão enganoso tão leviano e matreiro
Que mostra formosura em cacto de nulo cheiro.
Antónia Ruivo http://porentrefiosdeneve.blogspot.com/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...