Olhares sedentos de inverno,
Sangue frio e quente
Andando no meu e teu inferno
Vivendo na tua mente.
Que caminho cinzento e ofuscado
Pegadas das feridas dos derrotados
Onde percorro a estrada, obcecado
Onde vejo as almas dos agoniados.
Vidas passadas, futuro ausente
Gestos e mágoas de um olhar inocente,
Numa mudança constante
De um ciclo vicioso e alucinante.
Confronto o destino,
Ofereço a minha sentença
Sou por momentos assassino
Da vida que lhe pertença.
Quero viver, quero sofrer
Quero sentir, não ter nada a perder
Não pedi para nascer,
Não pedirei para morrer...