lembro de você
como quem perdeu
a hora:
com pressa
e sem olhar para trás.
essa clareza rouca
ainda é pouca para
as coisas da alma.
lembro de você como
uma transa de final de noite,
com um alívio desemocionado,
como uma porcaria qualquer.
quando te olho,
a carência me conforta;
"ah minha filha, fica assim não!
essas coisas acontecem..."
que droga é essa?
não sinto nada:
nem remorso.
quem foi quem inventou
esse troço de amor romântico
com final feliz?
o melhor exercício
é sempre aquele sem lógica.
descartes que me perdoe
mas ultimamente existo
sem pensar.
(sou quase boa nisso)
chiara
ainda não aprendi como assinar... as letras ainda me assustam...