Mas parece que, daqui, eu te vejo
Indagando a si mesma no espelho
Arquitetando torres, pensando
O que as andorinhas estão conversando.
Parece-me que procura e nunca encontra
Respostas para tuas quimeras e indagações.
Parece-me que se perde em lamentações
E que sempre torce pelo mal, pelo contra...
Acho que nossos sonhos se tornaram pesadelos,
Que as dores são os produtos dos nossos desejos,
Dos beijos não dados e dos abraços não recebidos
Num dia qualquer de sábado ou de domingo...
Acho que o que era brinquedo foi partido ao meio
Num dia azul qualquer de Janeiro ou Fevereiro...
Que o que era tosco e feio
Tendia abruptamente para o vermelho...
Mesmo assim parece-me que te vejo
Indagando a si mesma no espelho,
Arquitetando torres, pensando:
O que as andorinhas estão conversando?
Gyl Ferrys