Poemas : 

Desafio de seta cabeças - Lizaldo Vieira

 
Desafios de sete cabeças – Lizaldo Vieira
Naquelas paragens
De saci perere
Suportar os gritos da cuca
Enquanto macaco velho
Mete a mão na cumbuca
Quando as doze badaladas noturnas
E a sirene da usina roncar pedindo fogo
Na fornalha
Compadre e comadre
Em fogo corredor
Pagam o pecado do amor proibido
Nas encruzas do engenho das pedras
Quero é ver não ficar
De cabelo em pé
Naquele breu
De enfiar dedo no olho
Passar na cruz do negro
Na cruz da donzela
No tira chapéu
Subir e descer
A ladeira do favela
Sem tremer na base
Feito vara verde
Que isso gente
São desafios pros quadris de Iaiá
Nenhum botar defeito
Subir o morro
Do alto miolo
Chegar até o japazinho
Carregar o tabuleiro de cana caiana
Sem rebolar
Nem derrubar o pote
Se dane todos
Ver trupisupe
Com raio de silibrina
Fungando realejo de samba de coco
No circo de Zé tramela
Enquanto na meia noite de lua cheia
As meninas correm sete freguesias
Implorando o delegado do amor
Prender o Tadeu zuia
E jegue de Zé de z
Lobisomem sete espadas
Pastora titica de galinha
Ou de fora
Era de aquários
No anuário dois mil e onze
Oito
Massa fina e biscoito
Onze
Ferro duro é bronze
Rapé de tabaco
Tem coisa mio pra tirar catarro veio
Dugumios
Transformar novas e velhas atitudes
Namorar
Agarrado com grude
De amor de boi
Na capoeira de Mané cipó
Sem pestanejar
Boi de piranha
Enquanto cavalo de tróia
Pasta ervas daninhas
Na maiada de Agamenon
No Bugio
No Gaiudão
Nunca mais viram o trem de murta
Passar na estação do aribé
Com loira do augusto franco
Cadê o fole de Josa
Que nunca mais tocou
Na sombra da jaqueira
Nossa galhinha dos ovos de ouro
È caipira
É pinto de trinta dias
Vem la da ingraterra
De carira
Minha tia Neusa
Não cansa de dizer
Que na cruz da donzela
Mulher virou santa
Também não ignore meu filosofar
Itabaianes
A gente não contriboi
Mais também num infrói
Do pau oco
A batata quente na mão
O pimentão
O tomate
A obrobinha
No vinagre
Com pirão de uca gordo
Vindo de santa amaro das brotas
Tem coisa mio
Não moço
Depois do diga que num quer
Cair no samba de coco
Com Chiquinha e Zé do rancho
Lá pras bandas do mocambo
Rummmmmm
Só mesmo
Comendo de inchar o bucho
Moqueca de caborje e maturi
No leite de leite de castanha de caju
Pras tripas pequenas
Não comer
As maiores


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
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Lizaaldo
 
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