Poemas : 

Canção VI

 

Três luas Dionísio
Não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez
Digo a minha estrela, essa que é inteira
prata dez mil sóis

Sírios pressagam que Ariana pode estar sozinha sem Dionísio
Sem riqueza ou fama porque há dentro dela um som maior
Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada
Mais luzente alta quando tu Dionísio não estás

Três luas, Dionísio, não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez
Digo a minha estrela, essa que é inteira
prata dez mil sóis

Três luas, Dionísio, não te vejo



Hilda Hilst
( 21/04/1930 — 04/02/2004)
Autores Clássicos no Luso-Poemas

[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]

[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]
 
Autor
Hilda Hilst
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/02/2012 10:53  Atualizado: 25/02/2012 10:53
 Re: Canção VI
O Zeca Baleiro musicou os dez poemas da Hilda Hilst, chamando-os pelo mesmo título que inicia o livro,

Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio.

A Canção VI foi interpretada por Ná Ozzetti: