Hoje amanheci angustiado…
Tive um sonho atribulado
De misérias engastado…
Vi idosos a chorar
Não tinham dinheiro para comprar
Os medicamentos necessários para tomar…
Governos e seus lacaios
Com seus cúmplices algozes, ensaiados…
As leis fazem assentar…
Monstros fabricados, juízes mandatários
Certificam-se em concordar…
Miseráveis empossados
Corja nojenta ensanguentados
Alimentam-se do amargurado.
Seu alimento é carne temperada
Sangue é a sua bebida adubada
Eles não comem,
Devoram, o já mortificado
Fazem das palavras,
Palavras faladas, inúteis, enganadas
Palavras, essas, que por poetas são embelezadas
Como nenúfares num lago espraiadas
Por isso, tu, poetisa impoluta
Tens de lutar nesta maldita vida puta
Os desfavorecidos tristes fados…
Luis Paulo