<br />O rastilho rasga o silêncio
Que moribundo se prende na língua.
O meu corpo cai no chão
Como a ultima nota do piano
Forte. Intenso.
Porque partiste?
Foi imenso,
O barulho do que destruíste…
Ainda choro a tua voz,
Carente do teu toque
Que atroz,
Vai desfazendo os pensamentos.
Ao longe, os momentos,
Desenham no horizonte,
A tua existência,
Imagens paradas em sequencia.
Chegam até mim, despidas,
Exaustas e tristes.
Agarro-as no meu peito, sentidas,
Choram porque fugistes.
Aqueço o coração,
Tento dar-lhes calor,
Mas é apenas ilusão.
Dele apenas sai dor.
Conhecia cada traço do teu corpo,
Injusto momento,
Que te despejou o copo,
E matou o sentimento…
Agora sem abrigo da tua mão,
Mendigo as tuas imagens,
Busco na ilusão,
De ti, miragens…
Mas de que me serve amar?
Se sei que não vais voltar?
De que serve guardar,
Se sei que perdi o que tinha a ganhar…
Chega de esmorecer,
Chega de cair,
É tempo de esquecer,
Tempo de seguir…
Porque a vida corre,
Enquanto a alma nos morre…