As bruxas da minha aldeia.
Já dizia a minha avó, que não existem bruxas
O safado do meu avozinho diz que elas existem
Conta ele, que um dia, já tarde, quase três horas
Da manha, com o seu carro de bois, cheio de vinho
Que na fonte, ali, bem na encruzilhada, lá no fundo
Escutava risos e muita algazarra, era noite de lua cheia
O barulho das rodas do carro dos bois era estridente
Logo, tudo parou e permaneceu no maior silencio mortal
Meu avô, suava, rezava credos, colocou a camisa do avesso
Mas o barulho da carroça era grande, era na encruzilhada
Ele tinha que a passar, mas como? Logo, ele viu uma bruxa
Gorda e feia que nem um cão, cheia de verrugas, fedendo
Rindo maldosamente, sedenta, queria mais e mais, vinho
Assobiou forte e chamou os compadres, vieram muitos mais
Bruxos, bruxas ainda mais horrendos, feios e mal cheirosos
O carro parou, o vinho sumiu e a bruxa roubou as suas roupas
Rindo da sua vergonha, deixando-o horrorizado e humilhado
Vôos rasantes, cruéis, risos compulsivos, o medo da derrota
Que ele iria falar ao seu pai, chorando, suplicando, o seu vinho
Seria o palhaço de toda aldeia, todos iriam se rir dele, que fazer?
Cansado adormeceu, sendo acordado pelas mulheres, nu, sozinho
Elas riam a bom rir, cesto de roupa para lavar no tanque da aldeia
Até que uma pobre menina se enterneceu e deu-lhe as roupas do seu pai
Sem se importar com riso das amigas e maldosas mulheres, apaixonou-se
Era a minha avó que disse que tinha bebido e que ele apenas tinha sonhado...
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