Num tempo que ficou parado
No desalinho do cálido leito
Num espaço por nós limitado
Nossos corpos se dão febris
Em abandono total o meu ser
Bebe em ti a sequiosa loucura
Tua vontade aguda de me ter
Suor resvalando pelos quadris.
Desapossados já da candura
Solto o grito do meu prazer
Nas sinuosidades do teu peito
Nossa respiração jorra arfante
Sufoca os arrebatados beijos
Nossas mãos colhem segredos
Na alvura da pele escaldante
Na entrega tórrida dos desejos.
Ofegantes e de corações ledos
Longe de ter acalmado a avidez
Nos quedamos ébrios e quentes
Após a fúria da posse enleados
Prà entrega mais uma vez.
Julieta Ferreira