Na orla do rio, e suas águas, descanso
o meu desassossego.
E em completa solidão, chamo a mim,
a beleza, que sobrevém,
através do marulho, das ondas galgo:
prateadas pelo sol,
que, a esta hora, atinge o seu zénite,
em todo o seu fulgor.
E barcos parados, lembram coisas irreais,
que, a mim, já me esqueceu –
como se velhas peças de porcelana, que já
tivessem perdido suas cores,
de outros tempos, talvez mais felizes,
quando, das margens
partiam, para outros e distantes mundos,
impulsionados, por mãos
de sal. E debaixo desta árvore, bêbada de
sol, dirijo o meu olhar,
para o alcance das nuvens, apaziguando,
meu ser entristecido.
Porém, entre o lençol, que estende e
expande, a paisagem
(linda como só), meu sorriso torna ao rosto,
e compreendo, que tudo
é falível, menos o que guardamos dentro
de nós, e somos felizes
assim, por tão pouco, que é o muito que
temos, por nossas vidas.
Jorge Humberto
29/10/11