É meia-noite!
Pensamentos inquietantes do dia assaltam-me a memória …
A dor acutilante da recordação… Agita-me, perturba-me o sono.
Meu corpo. --- Cansado… Inerte. --- Permanece imóvel, no leito revolto de desordem
Não suporto a tristeza… Levanto-me… E vejo-a… vejo-a pendurada, a espreitar á minha janela…
Como é linda meu Deus!
Seu rosto. --- Franco… Tranquilo… Pacifico… Agradável… Mas duma agradabilidade firme. --- Sorri para mim, como se associando… compartilhando do meu padecimento…
Seu sorriso. --- Livre… Harmonioso… Espontâneo. --- Invade e ilumina meu quarto. No instante imprevisto, minha essência, é conquistada por uma avassaladora calma, como que tomada por uma repentina serenidade apaziguadora.
Não suporto tamanha perfeição. --- Falo para ela…
Por favor Lua. --- Vai, diz-lhe que tenho saudades dela… que a amo… que preciso dela… que ambiciono tê-la ao meu lado…
Num ímpeto, sua luz radiante desvanece. --- Vastíssima escuridão assenhoreia-se de mim… Nuvens sombrias ao longe intimidam avançar, como ameaçando a minha súplica.
Sou conquistado por uma tristeza imensa. --- A Lua não diligenciou o meu pedido… Censurou minha mágoa… Reprovou minha invocação. --- Num esforço inglório para apreender as lágrimas… Quando me acomodava para me presentear ao sofrimento… Quando me aprontava para me oferecer á tribulação. --- Eis o Luar de novo… Não! Não num brilho inicial, mas, numa luminosidade de grandioso esplendor… Nesse instante, adquiri o conhecimento, que não só ouviu o meu pedido… Como na sua colossal benevolência o foi entregar … A ti minha querida…
No seu auxílio. --- Silencioso… Veladamente… Adormeci num esquecimento profundo. --- E sonhei contigo…
Luis Paulo