Deixa-me ficar entregue ao pó
Inquietações por vezes são desnecessárias
Não faz sentido nefasto dó
De quem se abastece em mortalhas
Serei eu mesma eternamente
Remoendo recordações, o que foi e já não é
Por isso não faças banzé
Serei a teus olhos demente, um simples pedaço de gente
Posso até ser transparente, estribilho e lamiré
Serei eu, e só eu simplesmente
Deixa-me ficar por entre sombras
Nelas encontro a força, são repasto
Ao meu estômago insaciado
Na curvatura das costas
Deixa-me exibir o vergado
De um tempo de alguma monta
Passou já é passado, um galope aturdido
Da planície alentejana que ainda ressoa no vento
Não ligues ao desalento muito menos ao momento
Em que perdida vagueio, desalmadamente semeio
Um tudo ou nada alheada procuro a vanguarda
Perdida na voz do vento, teimoso o pensamento
Veloz conduz a jornada
Impede assim que me esqueça de quem fui um só momento.
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...