RITORNELO (1)
A chuva está chorando
na tarde morena molhando a terra
com as lágrimas que eu vi
um dia nos olhos de alguém,
num tempo muito distante
que de tão longe chega a ficar azul...
Mas ainda deixa passar o ruído
das patas dos cavalos que cruzavam
pela minha rua e filtravam nas paredes
do meu quarto, imagens difusas e bizarras,
como fita do cinema mudo...
Meu deus!
outra vez este ritornelo,
este doce amargo,
esta saudade que não passa?...