Canto I
Dor! Isso é tudo que sinto,
Algo em mim vai crescendo,
É a tal falta de amor,
Que aos poucos vai me rendendo.
Alguém ouve minha voz?
Será que é tão complicado?
Entender um sofredor,
Que se sente pouco amado?
Meu coração bate mais forte,
As mãos vão adormecendo,
Minha vida perde’o sentido,
E aos poucos eu vou morrendo.
Minha dor está sendo expressa,
Por um líquido transparente,
Que faz do meu rosto, riachos,
E dos meus olhos, vertentes.
Canto II
Criador, Deus e Meu Rei,
Não a tire de mim novamente,
Pare de me castigar,
Não sofri o suficiente?
Você conhece’o meu ponto fraco,
Sabe o que pra mim é vital,
Amenize um pouco’essa dor,
Sou apenas um jovem mortal.
Olhe agora’o seu filho,
Chorando, sozinho, em pranto,
Explique-me, Deus, Pai do Céu,
Por que de lágrimas, gosta tanto?
O Amor, ó meu criador
Não existe nada maior,
Mas quando está, ele ausente,
Nada pode ser pior!
Não quero viver assim,
Pai, você deve saber,
Quando a existência perde’o amor,
Só nos resta então, morrer.
Senhor, Rei dos amantes,
Explique-me, é senhor Deus,
Se consegue ver o sofrimento,
Que jorra dos olhos meus.
Canto III
Meu jovem anjo terrestre,
Tente me entender,
Ó musa que tanto sonhei,
E que tanto me fez sofrer.
Não precisa ser orgulhosa,
Nada disso é uma guerra!
Sua birra não vai ajudar,
Iremos todos p’ra baixo da terra.
Nossa vida é um pavio,
Muito curta. Você Sabe!
Então volte a me amar,
Antes que tudo se acabe.
Nossa! Que insuportável!
Que é sentir essa dor,
Eu serei p’ra sempre triste,
Assim morrerei de amor!
Querida, esqueça o que’é ruim,
Lembre-se do nosso carinho,
Lembre-se dos nossos abraços,
Recorde cada versinho.
Isso pode acabar assim...
Depois d’eu tanto te amar?
Será que chegou ao fim,
Será que só resta lembrar?
Não pode negar que foi bom,
A relação que nada podia deter,
Pergunto’a você, meu amor:
Vai conseguir me’esquecer?
Se as lembranças te marcaram...
Não corte’o nosso fino laço,
Levante-se já, ó garota...
Dê-me amor, um abraço!