Se eu cantasse seria pai de mim
perfilhado em bons agoiros.
Alugaria outros cantos mais visíveis da peristáltica solidão,
seria a ave que planeia a retirada do Outono com recomendações primaveris.
Se eu cantasse calava parte de mim
há muito sufocada nas fissuras dum espelho demente
a debulhar as sobras do meu pericárdio,
Defendia o grito rompante com as mãos repletas de acordes lunares
até ribombar de charmosas violetas e ritmos tropicais na causa dos poetas.
Se eu cantasse vivia mais que uma vez,
fazia da minha ossada ocarinas de ecos mais distantes
enquanto dizia o que tinha a dizer sobre quem trama ou quem ama.