São como passarinhos, meus versos,
não têm poiso nem voo certo;
embrenham-se nos azuis, que se
perdem, além do horizonte incerto.
Águas mansas e livres, no bom correr;
com altas árvores a ladearem
os rios, que, como barcos, navegam,
dentro da folha, sem se alardearem.
E são de terra, de fogo, água e ar, meus
poemas, mais a infinita beleza;
que vai com eles por toda a imensidão,
tentando levar a sua vasta destreza.
Da tristeza, que não peço, chamo a
alegria, que está sempre onde a deixei.
E as flores nos jardins, abrem suas corolas,
àquele faustoso sol, que eu bem sei.
E tecendo meus versos, em pura seda,
visto-os das mais lindas filigranas,
em peles de mulher, deleites e fragrâncias,
com belos azulejos e ricas porcelanas.
Jorge Humberto
22/10/11