É no silêncio que te encontro
No sossego inebriante do quarto
Que bailam sombras de corpos
Em tranquilidade de silhuetas que se amimam
É na calada da noite que me envolvo no teu manto
Entre incenso e luz de velas
No emudecimento de comunicar sem palavras em pranto
É no silêncio que te pressagio envolto
Na penumbra da criação sem nome
No desalento do absurdo da vida em solidão
Na tua boca selada com a minha
No teu choro sentido entre lágrimas de prostração
É no silêncio que te descubro
Em alívio na quentura dos meus braços
No apoiar da face no meu peito
Num descanso merecido de mutismos afagos
Depois de duelos e batalhas sem nexo
Nas tuas convulsões e gemidos de desabafos
É no silêncio que te revejo o doce rosto
Como guia consumado de genuína mansidão
Te mantenho aprisionado na minha alma
Vencendo a benignidade em tempo de corrupção!