Impera o silêncio pelo véu da noite...
Passeia pelo lúgubre reino escuro
Um tênue e tímido olhar de luz...
Olhos quase cerrados... Profundos...
Do fundo do mundo... Nas cavernas
Platônicas presos em elos pelos punhos
Que sangram sobre os murais de pedras
Regando as flores do vale que vicejam
Atrás das silhuetas dos montes gigantes
Gregos onde as lindas ninfas se beijam
E o deus Sol se esconde...
Sim... Sou folha ressequida pelo tempo
Com meus cabelos revoltos pelo vento
Sem um acampamento ou uma morada...
Perdido pelos jardins de camélias pálidas
Sobrevivendo apenas do pouco pó suculento
De minhas asas sempre douradas luminosas...
Correndo todo universo num minuto apenas,
Percorrendo tudo com as minhas poderosas
Porém, confesso, extremamente pequenas,
Entretanto, muito bem sintonizadas,
Antenas...
Tenho como alimento somente a aurora
Na busca incessante do Amor menino,
Puro, verdadeiro, um anjinho com asas,
Tendo o manto azul do céu cristalino
Como minha perpétua e segura casa.
Gyl Ferrys