Passeando pela praia, certo homem, pensava em como seria feliz se tivesse ...
um carro novo, uma casa grande,
um excelente trabalho,
uma parceira perfeita !
Então, enxergou a cálida areia
e pegou dela algumas pedrinhas,
atirando-as ao mar
Em cada gesto de memórias infantis,
repetia imaginárias felicidades nunca sentidas.
Quando lhe restava apenas uma pedrinha,
apertou-a bem entre os seus dedos,
guardando-a para si!
Não imaginava que tão brusco gesto,
lhe reservava, não uma pedra qualquer,
mas um pequeno diamante em bruto
- aparentemente sem brilho-
porém valioso!
Invadiu-lhe o pensamento a inquietude
da inocência de em tantos e iguais gestos,
quanta riqueza fora desperdiçada.
E no instante do bater agitado do seu coração, deu-se conta de quantos mares contariam
pequenos seixos como diamantes perdidos!
Quantos sonhos corridos numa ilusão vazia, trocados pelas verdadeiras jóias da vida!
Pensava em como o tempo fora apressado demais para parar e olhar ao redor,
deixando de sentir que só os afortunados
podem segurar entre os dedos
- os brilhantes seixos da amizade!
Tão perto estaria a felicidade!
Em cada pedrinha!
Em cada mão, que num firme aperto teria feito vibrar o coração de alegria.
Uma alegria, brilhante e valiosa
como não há igual!
Agora, segurava ainda com mais força
a sua última réstia de esperança,
Num lamento profundo de pensar
Quanta fortuna desperdiçou nos mares da sua vida!
Ali, sozinho, diante de tanta ventura perdida,
Contemplava no mar de azul infinito,
a perenidade da vida.
Ali mesmo, sentia que a morte
não era a maior perda da vida.
A maior perda da vida
é o que pode morrer
dentro de nós enquanto vivemos.