O amor vence
Mais que palavras
Mais que juras na memória
Mais que medos mirrados
O amor acontece
O todo, sem amor, é parte
As pétalas murcham, feridas de cor
Os rios quedam inertes, atónitos
E a mesmice dos dias ecoa em mornas faces, absortas
Dias quentes
mimam o gélido desespero encomendado
contam-se os dias
contam-se as vestes
contam-se as contas desabrigadas
e esquecem-se algumas, por aportar
Dias quentes
molhados pelo sal do prazo findo
diluem-se em granitícos momentos por escalar
Quem os quer?
Quem mos leva?
Vem, amor
Em cumplicidades enlaçadas, seremos mais fortes
e o sabor da eternidade presenteia as ousadias irisadas
Vem amor
Leva-me além dos dias pardos e frios
Contigo, redimo o tempo néscio
Teu abraço me completa
Tua presença me sacia
Vem, amor
Mais que sonhos
o amor arde
Rui Santos