O recíproco amor,
Que enorme ilusão!
Melhor é ter o ardor
Da poética Solidão!
Amar sozinho estrelas,
Ter por amor girassóis,
Amar poéticos arrebóis,
Amar árvores e vê-las!
Amar o amor platônico,
Ter por amantes os sonhos,
Ter por amizade irônico
Destino! Céu sem tamanho...
Quem dera ter toda a sorte
De sentir o familiar açoite,
O incerto amor da Morte,
E com ela dormir A Noite!
Perverter versos, criar
Vazios... o Sol jorrar...
Respirar Deus & Morte!
Ser Acorde que desperte!
"Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas
de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas." - Manoel de Barros