Por meu pulso são os meus versos,
pequenas filigranas, com
que tento alcançar as pessoas, por
demais solitárias. E assim,
a cada poema meu, um bocado de cada
um, se faz presente,
e quem me lê, por si só, rejeita a solidão,
enfeitando-se de grinaldas.
Minha poesia, quando sai de mim, já não
é minha, é de todos, que se
revêem na beleza das palavras e das imagens,
alusivas a quem escrevo.
Então desenho belos jardins, plenos de
flores, que de todas, são as mais
encantadoras, porque vos penso sempre,
como o aflorar de uma rosa.
E o céu, com que me escrevo, nos outros
se faz azul, que vai nos azuis,
com que as pessoas, regiamente, guardam para si,
em uma esperança renovada.
E como asas de pássaros, as pessoas alçam
voos, por demais indescritíveis,
pois já não se sentem sozinhas, nos poemas
que lhes levo, de um bem-querer.
Jorge Humberto
14/10/11