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A NOITE GORDA

 
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Gê Muniz

A NOITE GORDA

Discute bem no boteco
Em aquém-argumentos
Sua recém-alegria sem fundamento
De nem falar coisa com coisa

Bota pendura na conta
Das cervas geladas
Caçoa do calote na calçada
Et cetera, coisa e tal...

Desvia de porrada na cara
Foge d'um, dois tecos
De espingarda
Na descida da ladeira

Rumo à esquina da bocada
Ouve o batuque partido-alto
Um samba de responsa
Ao coro da velha guarda...

Suspira suspense
No silêncio do entreato
À espera do novo abre-alas
Na avenida lotada

Café amargo passado na cara
Pr’a quebrar a pingaiada
Na rua vira voyeur d'uma foda louca
De muro levar esporrada...

A água borbulhando sonrisal
A vida suspensa, inusual, se escancara
A noite bastarda é a gorda
De terça de carnaval

Por ora solto, o vagabundo
Veste nonsense em tudo
Inocente, fantasia-se de bacanal
Seu deleite banal de fim de mundo

: Que amanhã volta tudo ao normal

Gê Muniz
 
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GeMuniz
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/10/2011 18:16  Atualizado: 14/10/2011 18:16
 Re: A NOITE GORDA
TOMANDO UM NO BUTECO, UM MARAVILHOSO PAGODE, UM SANBA, ALEGRIA COM BASTANTE FUNDAMENT. SEU POEMA ESTA UMA MARAVILHA.

MARTISNS


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/10/2011 19:51  Atualizado: 14/10/2011 19:51
 Re: A NOITE GORDA
Gê, as minhas noites são insípidas, comparando com essa. Parabéns, caro poeta!


Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 15/10/2011 15:16  Atualizado: 15/10/2011 15:16
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
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Mensagens: 3263
 Re: A NOITE GORDA
Putz, é isso mesmo.

Bom te ler.

Beijo

Karla B