Estou morrendo por dentro
Como um melão japonês.
Meus olhos estão secos,
Minha alma agoniza,
Pesa-me existir.
A solidão se instalou no meu peito
Como um viajante cansado,
E até o meu violão
Me nega seus acordes mais bonitos.
Não quero mais penso nos mortos
E na calma de suas tumbas.
Toda saudade do mundo
Não lhes perturba o sono.
Estou morrendo por dentro
No inverso do meu eu,
Ouvindo os badalos de um sino de cinzas
E beijando um corpo frio de mulher.
Vagalumes embriagados constroem um jazigo
Com tijolos negros que retiram da noite,
Mariposas febris dançam o último tango,
A morte é uma mu.lher que não desiste nunca