É nas voltas de um poema
Que por vezes me descubro.
Ora simples, ora complicado
Sigo pelas bermas de mim,
Nas rimas que não faço.
Pincelo-me em auto-retrato
Nos versos que queria fazer,
Afago-me serenamente
Ou rasgo-me em lenta agonia.
Faço da pena punhal
Do papel campo de batalha.
Ora amo, ora odeio
Em mil fantasias
Que (por vezes) não consigo explicar.
Nos versos que te dedico
A inspiração surge
Em mil pressas cerebrais.
A pena que não acompanha
Os delírios que me provocas
Ora doces, ora salgados
Mas sempre,
Sempre quentes