Poemas : 

E A CHUVA CHEGOU, COMO VINDA DO NADA

 



Na manhã, translúcida, soprou ao longe,
um vento de mau agoiro;
e as nuvens, então brancas, obscureceram,
deixando no céu um acinzentado,

que se foi esconder, nas linhas das esquinas,
e no vão dos insípidos degraus,
das casas velhas, da cidade ainda adormecida,
indo se instalar, nos bancos dos

jardins. Tão depressa, quanto chegou, assim a
chuva, principiou no seu cair
água, por sobre o rio, primeiro, para depois se
encaminhar, para dentro da cidade.

Como uma cortina, encerrando águas e ventos,
a tudo fustigou, principalmente
as vidraças das janelas, absorvendo seu impacto,
em levadas, parecendo-se a cascatas.

E as árvores, eram agora de um verde-escuro,
com o vento instigando as folhas,
que, pela força da muita chuva, mostravam o seu
reverso, completamente castigado.

E nos jardins, flores jaziam, suas pétalas no chão,
como lágrimas cristalizadas,
deixando uma estranha sensação de incapacidade,
perante a tremenda borrasca.

Jorge Humberto
13/10/11

 
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jorgehumberto
 
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