Ah solidão de alegro!
Que caminhas comigo esse rumo na escuridão,
Vestindo os meus medos de negro,
E apanhando os meus cacos do chão,
Como te posso recusar a compaixão?
E como exaltas de ti essa alegria,
Em risos de criança mimada,
Soltando de ti essa nostalgia,
Que arrasta e puxa de mim a vida,
Que tanto proclamei como querida…
E tu que te vestes de egoísta,
Só olhando para o teu vestido rosa,
Matas mais um sentimento altruísta,
Deixando de presente o vazio da furiosa,
E o peso na alma penosa.
Ah solidão de alegro!
Que te ris quando te expões a me olhar,
Pintando a minha alma de negro,
Secando todo o meu mar,
Que já não verte águas de caiar…
Marlene Carneiro
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