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Maria da Manta

 
Vidas vividas na velha aldeia
Um pouco dela feia,
Despida por dentro. E no entanto,
Tantos contos a espreitar às janelas
Viradas para as ruas quase desertas
Em que quase ninguém passa.

Todos se lembram dela!
As crianças todas o souberam ser
De ternas infâncias.
Livres passarinhos!
Em brincadeiras velozes,
Até anoitecer… devagarinho.

As fontes acolhiam os rostos
Cansados, dos novos e velhos… alguns estoirados!
De tanto trabalho sacrificado
Desde a manhã em escassas águas
Que nos lavavam
De Verão em frescas nascentes.

Agora tudo é diferente!
Já não há crianças a brincar
Junto às antigas fontes. E os avós
Não precisam assustar
Os mais pequenos ficando sós,
Com o conto da “Maria da Manta”.

Personificação de gente,
De algo que vivia dentro das profundas águas
Levando ao fundo, as crianças mais curiosas
Em seu manto envolvente.
Incutida a ideia mantinha a distância
Evitando a queda e o afogamento.

Agora, já ninguém lá cai.
Agora já ninguém vai beber a água da fonte,
Nem esperar que nasça limpa e fresca…
E escorra de mansinho para a ribeira
Onde as mães lavavam os cueiros
E as roupas apenas em dias soalheiros.

Carla Bordalo

http://crianca-ser.blogspot.com/2010/06/maria-da-manta.html


Sentindo o vivo, vivendo o sinto, e, em sentimento o digo para assim o escrever em qualquer parte de mim.

 
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mariacarla
 
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Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 11/10/2011 22:56  Atualizado: 11/10/2011 22:56
Usuário desde: 06/08/2009
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 Re: Maria da Manta
Não sabia dessa lenda da Maria da Manta, Carla. Agradeço por compartilhar. Seu poema está muito bem escrito. Parabéns.

Ótima noite!

Helen.