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*SANGUE*

 
*SANGUE*
 
Sangue viscoso que derramo,
Se te pudesse largar,
Atiraria a tua cor tom escarlate,
Para dentro desse azul negro de mar,
Onde caiarias e eu te voltaria a pegar…

E vertes constante formando um lago,
Que me aconchega, que me acaricia,
E que me ama com sons de silêncio,
Magoando a minha triste agonia,
Que contorce gritos de alegria.

E lamento por ti,
Que por longos tempos habitaste dentro de mim,
Lutando por um lugar que eu te pudesse dar,
Mas eu nunca te poderei amar,
Sangue obsceno que me faz respirar…

E lavas essas pedras caiadas,
Pintando-as nesse tom encarnado,
De quem grita a liberdade!
Pois foste um louco apaixonado,
Em veias que se recusam a voltar a pulsar.

Marlene Carneiro



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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 10/10/2011 20:39  Atualizado: 10/10/2011 20:39
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: *SANGUE*
"Sangue, se te pudesse largar
para dentro desse azul negro de (a)mar
com sons de silêncio
sangue obsceno que me faz respirar.
Nunca te poderei amar
louco apaixonado
triste agonia
(que) lamento."

"Que me aconchega, que me acaricia", e como as palavras se transformam em imagens tristemente belas. Excelente.

Abraço-te


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/10/2011 12:59  Atualizado: 11/10/2011 12:59
 Re: *SANGUE*
Lindo amiga Marlene. Inspiração forte que atinge o leitor(eu) na alma.Parabéns pelo belo poema.

Favorito esta estrofe:


"E vertes constante formando um lago,
Que me aconchega, que me acaricia,
E que me ama com sons de silêncio,
Magoando a minha triste agonia,
Que contorce gritos de alegria."

Abraços,ALICE