Poemas : 

declaração de guerra

 

Moinhos de vento de um Quixote apalermado,
perdidos na seara do nosso descontentamento,
banhada no sangue dos bravos
empunhando uma mentira e uma bandeira,
que espetada em solo virgem
conspurca o esforço da terra
na regeneração das monções.
Dai à palavra a metralha
e à verve o ribombar dos canhões.
Não sou mais que um tolo
pendurado na ponta da pena
quede arma tem o arremesso do seu próprio peso.
Sou a arma nova de um tempo que não chegou
e no devir desse tempo
estarei algures entre a lucidez e a paranoia
escrevendo versos ridículos quem sabe
mas de arma terei só o gume do que escrevo,
a ferida que abrirei sangrará só em mim,
porque em todas as guerras que o homem faz
nada mais consegue que verter o seu sangue.
Cada criança que desfalece pela demência de uma bala,
cada coxa rasgada pelo seu algoz,
Em cada sino a defunto é a vergonha que nos cobre.
 
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jaber
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 09/10/2011 21:52  Atualizado: 09/10/2011 21:52
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: declaração de guerra
Jaber,
A isto eu chamo um excelente poema. Todas as guerras são inglórias e muito desgastantes para todos os intervenientes.
Bj
Nanda

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/10/2011 12:06  Atualizado: 10/10/2011 12:06
 Re: declaração de guerra
HOJE É ATRAVÉS DAS GUERRAS QUE SE DESBRAVAM Á AMBIÇAÕ DO PODER,,,,,,,,MUITA PAZ EU PÉÇO.

SEU POEMA ESTA UMA MARAVILHA