Moinhos de vento de um Quixote apalermado,
perdidos na seara do nosso descontentamento,
banhada no sangue dos bravos
empunhando uma mentira e uma bandeira,
que espetada em solo virgem
conspurca o esforço da terra
na regeneração das monções.
Dai à palavra a metralha
e à verve o ribombar dos canhões.
Não sou mais que um tolo
pendurado na ponta da pena
quede arma tem o arremesso do seu próprio peso.
Sou a arma nova de um tempo que não chegou
e no devir desse tempo
estarei algures entre a lucidez e a paranoia
escrevendo versos ridículos quem sabe
mas de arma terei só o gume do que escrevo,
a ferida que abrirei sangrará só em mim,
porque em todas as guerras que o homem faz
nada mais consegue que verter o seu sangue.
Cada criança que desfalece pela demência de uma bala,
cada coxa rasgada pelo seu algoz,
Em cada sino a defunto é a vergonha que nos cobre.