Que nome tenho eu?
Então ó escuridão,
Que nome tenho eu?
Que nome me dás?
Tu que me escondes
Quando me dói o coração
Ó solidão,
Será que ela sonha comigo?
Será que eu sou,
O que ela imaginou para mim?
Será que sou o seu esboço,
Uma obra esquecida por acabar;
Ou serei o seu desejo,
Numa tela de um museu?
Ó tristeza profusa e abandonada,
Que destino traçou ela para nós?
Quando vem a nossa hora
E finalmente o mundo muda
Assim tão de repente,
Quanto o nosso olhar?
E entre sorrisos sãos
Olho no olho,
E já demos as mãos;
Como na tela do museu...
Ó silêncio surdo,
Quando deixas de segredar vazios?
Sabes que não ouço o que dizes
Nem gosto dos teus lábios frios...
Ó imaginação prudente,
Quando me pões frente,
Com os seus olhos azuis?
Solidão,
Quero o meu nome;
Porque não tenho nenhum.
Nem sei quem sou.
Que imagem tenho
P’ra me ver na poça,
Que encontrei no caminho sombrio?
E então surge a luz.
Voltas triste para a cama...
Foi mais uma noite de desilusão.
Ainda não foi hoje,
Que te apareci...
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