Eu tento com todas as forças,
Esquecer o que passou,
Pensar que nada em volta mudou,
Mas recaio em minha descrença.
Minha mente se transformou,
Em um baú de armadilhas,
Onde as serpentes corroem meu corpo,
E minha mente abandonou o pensar.
E nesta grande bagunça,
Tento encontrar algo significativo,
Algo que em meu coração pulsa,
Um caminho alternativo.
Mas até mesmo o amor me confundiu,
Às vezes ele me alimenta,
Muitas vezes de pé ele me sustenta,
Às vezes me provoca imenso vazio
Do arrepio ao vago da mente,
Tenho um sentimento no peito latente,
Que deita-se com o poente,
E leva de mim o que me deixa contente.
Na escuridão me sobressaio,
No medo me aconchego,
Por mais que caminhe em lugar algum chego,
De uma peça de teatro sou o ensaio.
Da palavra não dita a mentira pronunciada,
Permaneço nos degraus de uma escada,
Que trânsfuga em mim lentamente,
Aos poucos me tornando inconsciente.
Nesse caracol desembestado,
Há os nós de minha mente,
Há o passado que persiste no presente,
E um presente mudando de estado.
Tatiane Nunes Freire