Não tenho prazer em estar,
tenho prazer em ser,
retirar de mim a centelha de existir,
e procria-la em múltiplos perfis.
Ser pai de cada uma e filho de todas,
numa profusão incestuosa,
numa orgia de sentidos
que me devassam ou me glorificam.
Não sou marujo para além de mim,
sou comandante do meu leme,
porém corrompido
pelas urgências intersticiais
que me fazem cair na realidade,
dura do quão humano sou.
Como um soco no estômago
Numa azia de bílis e traqueia amarga
recebo a noticia que afinal estou.