Dente maldito, que não me dás descanso,
Quem me dera, que fosses um rio manso,
Ou o azul celeste, que a tudo impregna,
Com a sua bem-dita e solicita entrega…
Queres-me corromper, ó vil osso, lanço
Corrompido e desditoso, sofrendo avanço,
À medida que se instala na refrega,
Que bem dentro de mim seu mal esfrega.
Ah, mas eu sou mais forte que tu, escuta!
E nem que meu corpo inerme reclames,
Te darei o grato prazer, de tua onda curta.
E assim avanço, noite a dentro, sorrindo
De tua infrutífera consolidação, imanes
Tu as dores que te aprouverem, imergindo.
Jorge Humberto
15/10/07