Recorda a promessa ao recordá-la
na confusão da árvore naufragada;
não sabes quem te esqueça
nem das cidades a certeza.
Cinco desejos, cinco medos
para além do inocente que te leva
e te sonha nas manhãs frias
perdidas, submersas
no voltar a que te obrigas.
Mas se cessas a procura
da miragem em que te derramas
nas águas ruidosas e protegidas
tropeças em passo de valsa.
E se desceres
Sem desceres na ausência
do teu corpo resignado
eventualmente
sofrerás as ruínas
da tua casa de pedra
em cheiro de tempo e
de carruagens modernas.
E se caíres
em jeito de sonho desmedido
ali os cinco desejos, cinco medos
de um quinteto exíguo
em espaço de teatro
saberás as deixas inoportunas
e as falas interpretadas
por um mar terrivelmente sensível.
Recorda a promessa
do tudo e do nada;
esquece o chilrear descarado
no teu colo breve que se passeia
em colinas musicais, imprecisas
esforçadas, encontradas
numa pergunta melhor
que não a cópia de um humor
assoberbado, que se controla
pelo poder de quem está
e não volta.