Nos lugares onde emergem o solo
Do infindo oceano das tormentas
A profundidade marinha, ciumenta,
Procura arrastá-lo para seu colo...
As águas, as alvas nuvens perseguem.
As chuvas, a terra toda bonita, cobrem...
Os pascigos como caldo pardo, correm
Fertilizando, fazendo-se ser cristais do Éden...
Em noites de tempestades os ventos sacodem
Em fúria, iguais titãs acobreados, os rochedos,
Como testemunhas das investidas que eclodem
Pelas paredes rachadas pelos seus infindos dedos...
O mar insatisfeito com o alimento vindo dos rios
Se embravece como um tirano velho e carrancudo.
Furioso, ultrapassa a forte barreira de corais vazios,
Investe furiosamente, corroendo o monte pontudo...
Pelas gigantescas baías, range o saibro todo moído
Pelas forças das espumadas de ondas sem sereias...
Tudo um dia há de se tonar pó... Só ossos corroídos...
Tudo se dissolverá... Até mesmo esses pobres versos...
Tudo se transformará em areia...
Tudo será o fundo do mar... Saara...
Eis o segredo do...Universo.
Gyl Ferrys