Deitado na jangada.
Vou sendo levado.
Balançando nas ondas
à deriva na corrente oceânica.
A corrente vai levando.
minhas esperanças deixando,
quanto mais chego ao alto-mar.
Estou a deriva.
Diviso ao longe
poucas nuvens,
só muito sol e muito mar.
raramente bate uma brisa, pra amainar.
Faz dias que estou à deriva.
meu barco de pesca, jaz no mar.
Eramos seis, dos quais os cinco
não os encontrei quando acordei.
Nos destroços eu busquei,
uma jangada montei
um pouco de água
algumas roupas, achei,
Alcancei um ilha deserta
enchi, uma reserva com água.
colhi umas frutas, e pesquei
alguns peixes e limpei.
Espero que chova.
Pois a água potável é pouca.
e o que consegui pescar.
está no varal improvisado, secando.
Ao mar logo voltei,
Ali não podia ficar.
era tão distante de tudo.
Ali, jamais iriam me achar.
Perdi a conta dos dias,
das noite também.
Não sei, quanto naveguei,
nas correntes do mar.
Durante o dia era o sol,
batendo inclemente,
a noite era o vento,
o frio e uma imensa escuridão.
Estava a perder a esperança.
e na minha insegurança.
Pedi a Deus clemência.
Pra não desistir de vez.
Adormeço exausto,
desalentado e desnutrido.
Adormeci sem querer acordar.
ouvi um barulho, afinal.
Senti alguém me acordar.
alguns braços me carregar.
Eram alguns tripulantes de
um navio mercante.
Foi o socorro que chegou.
Um navio me localizou,
um capitão olhando no horizonte,
descobriu minha jangada errante.
Estou fraco, cansado.
Chegamos a praia e desço
num escaler
Na praia muitos amigos.
Me recebem com alegria.
Logo atrás, estão os cinco
que logo foram resgatados,
só eu fiquei à deriva.
Nas ondas daquele mar.
Aprendi minha lição.
Jamais desistir, desanimar.
pois só, Deus, nos pode salvar.
Estando em Terra ao além Mar.
Vivendo em qualquer lugar.
Tudo Ele fará.
Aquele que o invocar.
Fadinha de Luz.
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)