Abnegado
Odre danoso onde
Guardas meu destino
O que tentei em vão
Enfeiou-se a beleza
Envelhece a juventude
Empobrece a riqueza
E agora na hora péssima
A libido súbita foi-se
Qual meu signo hora perdida
Lassidão sopra meus ouvidos
Que desavirá
O que vai ser sem mim
Pobre verme a sonhar
Qual noite na varanda ventará
O trapo forrado à míngua
O tempo empoça insípida
Quero café na cama
Quero-a na janela
Vendo-a sussurrar
Aqui nada acontece
Eu aqui a clamar
Trás tempo tudo que eu possa usar
Não demora vem de pressa é chato esperar
Tudo queria agora comer
Tudo agora beber
A espera lenta escora
Represam o projeto
Retardam o propósito
Retendo o desejo eu grito
Raiva rancor estorvar
Demoras por quê?
Estou pronto!
Que entrem as messalinas
Não compreendo aos templos blasfemo
Moribundo mirando a ampulheta ódio
Quero comer tudo
Beber tudo
Nada deixar pra trás
Lacinante impaciência
Que um dia trasborde tudo
Não falte nada
Nem mel
Nem azeite
Nem ela
Nem Isabela
Estou farto peito esvazia
Insulfla-me lascívia
Preenche minhas entranhas
Em mil beijos suculentas piranhas
Causa-me
precipita-me
afeta-me
Enche-me e nunca sacia
Ass, Biosas