Moram em meus mundos os anjos dos terceiros,
os amigos dos quartos
e as mulheres de quinta.
Maquino traquinamente olhando certo trem que passa,
Rápido e atrazado,
roubando os meus passos de criança grande!
Vai o trem...,
estiro minhas sombras à luz do luar,
ouço aquela canção de ninar que nem mais sei cantar,
Indo no tempero insosso do meu sono
cheio de insônias e de ti.
Embriaga-me um tal álcool jejuado
porque sou um notívago poeta dos dias,
onde as fadas fazem estripulias
e o meu coração assiste, ao teu, zombar das horas.
O trem passa, mas ainda nem saiu da estação dos meus sonhos!