E foi-lhe dado um nome
Acima de todos os outros
E diante dele deveriam ser quebrados
Todos os joelhos.
A santidade cheira a intolerância
Imaculado é o seu fascínio
Pela liberdade pura e leviana-
Mas contundente.
Sobrepor o exercício ilícito
Do raciocínio
É o grande embate
Travado pelo Sacro.
Gravado em cada pedra preciosa
Em cada fio de ouro
Em cada partícula de cerâmica trabalhada
Está o choro dos incompreendidos
O sangue dos Pensadores
A inocência de crianças
No austero ar do Santo,
Tão inocente quanto o meretrício,
Sinto o sabor adstringente
Do Dogma,
Cabresto de ideais,
A obra-prima Medieval
Que ainda se renova diante da dura proposição
De ser tão Deus quanto um micróbio.
"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros