Estou a ver um amontoado de casas,
Sem preservar as leis da natureza,
Aonde habitam seres sem asas,
Que de pureza nada têm grandeza.
Suas estreitas ruas, de obscuras,
Longas, de paredes geminadas,
Escondem suas míseras loucuras,
Pobres, famintas, bocas caladas.
Seu espírito de forte solidariedade,
Que origina a união no aconchego,
Desse formigueiro a pedir caridade.
Ofendido, pelo oásis afortunado,
Sugado por gente da sua espécie,
Condenado, sufocado, desfalece.
Manuel Lucas