Poemas -> Amor : 

Versos suculentos

 
É do gosto, sim, que me traz amor a alma tua,
da mesma cor dos olhos baços do teu vil retrato
que de ti tirou os meus, certo dia, já cansados,
em um atmo infiel de eterno tempo,
após eu ter provado os açúcares de todos os teus venenos,
como se só de dor vivesse minha alma.

Hoje o teu beijo já me é insípido e inodoro
e sou eu esse cadáver escrevinhador ou o outro homem que adormecido morre,
vagando no silêncio dos surdos ouvidos de minhas memórias.

Vivendo, recrio instantes de alegria,
driblando pesadelos escolhos lindos sonhos,
sou da carne o que pela carne me proponho:
ser cigano fixo de úmidos desertos ,
um cego que vê ou algum poeta incestuando os versos!

 
Autor
Paulino Vergetti Net
 
Texto
Data
Leituras
933
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 03/10/2011 21:54  Atualizado: 03/10/2011 21:54
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Versos suculentos
Boa noite Paulina, seus versos narram um personagem de profunda melancolia,e busca a compreensão através das suas composições poéticas, parabens pelo seu instigante poema, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/10/2011 23:34  Atualizado: 03/10/2011 23:34
 Re: Versos suculentos
UM BELO TRABALHO