Estou sentada,
numa pedra a beira-mar.
Sinto a maresia,
meus cabelos ao vento voar.
Estou só.
Meus pensamentos,
permeiam entre ilusão e o real.
A luz do sol bate na areia,
vejo reflexos como jóias a brilhar.
Ouço o canto de sereias, a me chamar.
Estou sentada numa pedra a beira-mar.
Enlevada, extasiada,
sinto minha alma arrebatar.
Ali nada mais sou,
apenas, seduzida estou.
Me deixo seduzir,
me despir, me conduzir,
pelo encanto teu. (do mar)
Nesta hora não sou eu.
Não sou ninguém,
Apenas um espectro do que sou.
Quero me deixar levar,
nas águas,
hora quente,
hora fria,
envolvida nas ondas do mar.
Desfrutar dessa magia,
que extasia, que me faz sonhar.
Desço da pedra fria,
ouço o mar batendo na pedra.
A me chamar.
Tudo esqueço,
à praia desço,
Sol e vento, do entardecer.
O sol se pondo,
parece estar chiando,
no encontro com o mar.
Mergulho nas águas, do mar,
na praia do Apoardor.
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)