Há muitos séculos e séculos passados, existiu uma menina que era uma colecionadora de sonhos, em seus sonhos ela apenas imaginou um mundo melhor cheio de amor e muita paz.
A esta menina apenas coloco o nome de Orquídea selvagem colhida no alto da montanha onde apenas os grandes vencedores, são premiados com tamanha beleza e perfeição.
Nascida na aldeia, remota e esquecida pelos vícios do materialismo, Orquídea era uma menina feliz, corria pelo campo, dançava com o vento, se perfumava com as flores e exaltava a paz do seu lindo rosto.
As suas mãos delicadas eram a cura para aos animaizinhos doentes e maltratados, ela jamais os esquecia e os batizava com algum nome de um santo que conhecia claro que os colocava com números sendo eles tantos a serem curados e tratados.
Ela cantarolava alegremente pela floresta, colhendo ervas mágicas e frutas frescas para fazer doces para os pobrezinhos, jamais esquecia seus amigos, escondidos no escuro da floresta, os habitantes do interior da terra, as aberrações escondidas aos olhos dos humanos.
Ela não tinha medo das deformações, das incapacidades, dos corpos mutilados, maltratados e cheios de fome e doenças, ela apenas sorria e os beijava, dando o seu sopro de amor e cura.
Não tinha TV, nem telefone, nem mesmo microondas e nem internet e muito menos um PC, não foi à escola e nem mesmo conheceu uma família, ela era sozinha¸ apenas criada pela mãe natureza e pelo Deus superior.
Vivia numa gruta com o tempo da impunidade, deixou-se afundar pela solidão da tristeza da terra, viu coisas que nem posso aqui falar, pois eram horrores, sofrimento e devastação.
Aquela menina tão linda que corria pela pradaria, sentada em seu cavalo branco, com os seus cabelos ao vento, loiros, parecendo o sol, seus olhos o azul do céu e sua pele a brancura das manhãs...
Ela cresceu, ela viveu deixou escrito na arvore da floresta, a sua arvore da vida, seus caminhos, seus sonhos, seus esforços de um mundo melhor, sem ter medo de ser vencido pela escuridão, seu corpo reluzia como um belo arco-íris, sua mente era como um mar, fresco, cheio de mistérios, repletos de segredos, onde apenas a terra era sua calmaria.
Ai! Pobre da minha menina que por todos é esquecida, ela cresceu, com ela a esperança aumentou, a doce madrugada apagou sua chama de amor, ninguém mais chorou por ela, nem as fadas, nem os santos, nem os animaizinhos curados, nem mesmo os pobres ajudados e nem os pobres de espíritos iluminados...
A sagrada montanha permaneceu viva nos corações dos homens, a rara Orquídea ainda está por ali viva segundo dizem, rara são os homens que a alcançam, alguns mestres ainda se lembram da sua historia, outros tiveram o prazer de conhecê-la um dia e com ela aprender seus ensinamentos de amor e gratidão a vida.
A doce menina cresceu, virou mulher, virou lembranças de histórias em contos de avós, alguns a desenharam em um livro por terem visto dela tanta beleza, não se assustem um dia se ela aparecer em teus sonhos por ti um dia desejados...
Com seu crescimento ela ensinou a paz e o dever de cada um, nem todos conseguiram a escutar, nem mesmo a imaginar e muito menos a tocar pelos seus corações empobrecidos e cheios de ódio e da sua falta de fé.
Quantas lágrimas choradas caíram na doce montanha, ninguém já sonhava, nem mesmo agradecia, muito menos sonhava nos doces sonhos desta bela menina. Oh! Pobre vida fingida que aprisionou a pobre menina, aquela Orquídea selvagem com perfume de paz...
Cadê da tua menina? Onde estará ela? A detentora dos teus sonhos? Será que no alto da montanha sagrada, tu ainda a irás a encontrar?
Os teus sonhos não foram roubados não, ainda tens tempo de ser aquela menina, a sonhadora, a que te leva ao mundo da justiça, do amor e da tua paz...
Ela te chama não temas, corre para junto dela, ela estará a tua espera e não se esqueças de agradecer por mim pelos meus sonhos já sonhados e realizados...
Olha que ela ainda corre feliz pelos campos silvestres, no mundo da magia, onde seu limite é Deus seu pai que a embala, sorrindo, cheio de amor pela vitoria da sua Orquídea sonhadora...
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