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BURILAR

 
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BURILAR
(Jairo Nunes Bezerra)
Burilar, ou melhor, lapidar uma poesia é impossível, pois poesia é evocação. E toda evocação dá origem a espontaneidade. Não se concebe mascarar a espontaneidade com metrificação... Uma deixa de existir!...Podemos até rimar, conseqüência natural das evoluções de nossos poemas, sem que as nossas idéias
sofram quebra de expressão. Muitos quinhentistas eram contrários até a rima. E seus trabalhos foram destaques da época. E ainda os são, no momento. Sei perfeitamente que um trabalho feito com rima e métrica se apresenta com qualidade especial. Mas sei também que esse trabalho jamais poderá ser cognominado de poesia. Ele jamais será uma evocação! Aquilo que sai de dentro da alma espontaneamente, tal um fado!...É por tudo isso, que terminei há pouca uma poesia em ritmo da canção, da qual coloco abaixo, os três versos finais dela:

E eu... Poeta solitário da noite/ com meu violão
em pernoites.../ Apenas revejo o luar!...

Aqui, na Itália, onde estou passando uns dias, já tive oportunidade de ler
centenas de poesias, clássicas, exibidas em vários lugares. E mais experiência vou adquirindo. E também, embora não esteja em Buenos Aires, onde sou muito conhecido, aqui já tenho alguns admiradores. Vale
ressaltar que já sou sócio do clube dos vinhos, bem ao lado da Associação Literária. (Não sei se
a minha tradução está perfeita. Mas o nome do vinho está)

Até a volta.





 
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Jairo Nunes Bezerra
 
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