A luz fraca que entra pela jenela
vai trazendo a melancolia
e a dor de pensar nela
dia após dia.
Vai recordando um amor que nunca foi seu...
Encontra-se sentado na cadeira
sem saber se está vivo ou já morreu.
Vai murmurando versos que ainda tem na memória,
com o olhar perdido na fogueira.
Está ali um homem velho
que o tempo cançou
no seu joelho
tem os versos que nunca cantou,
igual a tantos guardados na prateleira
e que escondem o esforço de uma vida
e ali, vão morrendo sob o manto de uma poeira.
Trazem lembranças de uma pessoa querida,
porém, o seu amor foi sempre uma miragem
e aqueles versos nunca foram lidos,
encontraram-se sempre escondidos!
Para os ler ele nunca teve a coragem,
nunca achou o melhor momento,
agora vai morrendo aos poucos,
com o seu arrependimento...