Isolado, de todos á parte num mundo fechado
Desterrado, mesmo vivendo agora ao teu lado
Negro sentimento, misto de dor e ódio e até amor que carrego cá dentro
Tudo isto e mais um bom bocado, verte agora sem parar do meu coração fragmentado
Mas sendo ele feito e projectado para amar
Se encontra dia atrás de dia aos poucos a se dilacerar
E bem escondido do teu mais que puro olhar
Se esconde ele na minha caixa torácica
a mesma que com o teu amor a sinto cada vez mais a apertar
Porque teus olhos reflectem no escuro dos meus
Puro amor sem dor nem sangue, amor tão puro que nem Cristo nem Deus
Conseguirão também eles amar no frio dos eternos Céus?
Porque és meu anjo e minha luz
Tua doce cara não se esconde á frente dum negro capuz
E talvez te veja eu ainda com um vil capataz
Que fazes me a mim morrer por ti de amor, amor bruto e mordaz.
Porque bem no fundo não percebes
Que junto com o meu coração, todo o meu sangue humano bebes
E assim meu amor não conseguirei eu sobreviver
Se junto com o teu amor, eu com o meu irei morrer
Porque naquela bela noite, em que apaixonei pelo teu olhar de tristeza
Ai fiquei eu também com a firme certeza
De que algo na minha vida fria irias tentar mudar
Teu doce beijo me acariciou a face
E meu coração dilacerado o metestes de novo a funcionar…