Poemas : 

Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho

 
Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho
E as vestes puídas tombavam-lhe dos ombros,
Ao fundo, bem ao fundo, um povo cigano
Eternamente amaldiçoado pelo pecado original
Vagueia, ainda hoje, alimentando-se do roubo
E da caridade dos felizes para com os seus filhos
Deliberadamente estropiados;

Alimentou-se do sangue dos pobres e dos nobres,
Lembrando que um dia na história foram os mesmo;

Contemplou a vontade, tão mísera e impotente,
Submetida a uma outra … incógnita, irredutível;

Mas quando à noite recolhe ao seu leito
Beija, submissa, os pés do seu marido
Alguém a prevenira para o abismo que se abre,
Quiçá em cada milénio, ou cada vez que o
Equilíbrio cósmico é perturbado…

 
Autor
Colima
Autor
 
Texto
Data
Leituras
796
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 29/09/2011 04:26  Atualizado: 29/09/2011 04:26
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho
"ao fundo, um povo cigano
alimentando-se do roubo
e da caridade
e as vestes tombavam-lhe nos ombros
contemplou a vontade
mas quando à noite recolhe ao seu leito
submissa
abismo que se abre
Despia-se no templo da Mona onde o altar é um espelho"

Excelente (mesmo na minha dúvida se Mona se refere ao Deus Supremo dos Índios, algo infinito)

Abraço-te


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/09/2011 12:09  Atualizado: 29/09/2011 12:09
 Re: Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho
UM POEMA QUE ME ENCANTOU, QUE MARAVILHA