MEIO AMBIENTE
É manhã!
Suavemente afasto o velho e rendilhado cortinado. Fulgurante, o raio solar atravessa o quarto friorento. Extensa, produtiva, a planície abençoada é um céu aberto.
Como bailado...
A evolução das cândidas aves no espaço,
não só a mim, tanto empolgam. O vento tão brandamente avança e onduleia o trigal, o arvoredo, as papoulas.
Além, curvilíneo, límpido, o rio desliza e suas águas sussurram em direção ao verde-mar. À distância, se descortina o casario do minúsculo lugarejo. Madrugadores, o campônio e o burrico vão para a labuta na certeza da vitória!
O solo é remexido e a semente penetrada. À tona, do Todo-poderoso, do suor no rosto, a colheita será o sustentáculo. A boiada esfomeada trilha o habitual caminho e, exposto, o verde pasto à mercê, é devorado.
O potro, já relincha, sacoleja e se lança à natureza. Longe, bem longe... A montanha imponente, enigmática! Os cumes, temporariamente cobertos de lençóis gélidos da densa nevasca e, por encantamento nas faldas:
O borbulhar da água cristalina e o rio começa. Perto do casarão, o alegre pintassilgo saltita e logo encanta do soante gorjear, como o roseiral esplendoroso é atração!
Na extensa varanda, dispersos e toscos assentos talhados a um repouso confortante, bem como o serpenteio da florida trepadeira, atuam tal terapia.
O perfume que inala embriaga!
Mãos calejadas se bem que carinhosas afagam o velho cão. Subitamente meus olhos lacrimejam. O cenário é extasiante...
Louvado seja: NOSSO CRIADOR!
José Pais de Moura Simões
Niterói/Setembro/2011
Zé Pais é um amigo que conheci a pouco tempo, mas que a empatia já o tornou meu conhecido de longas poesias.
Abraço forte Zé.